Movimento conspiratório ocorrido em Salvador em 1798
A Conjuração Baiana foi uma conspiração de caráter popular contra a Coroa portuguesa ocorrida em no ano de 1798.
No final do século XVIII, a população baiana somava por volta de 60 mil habitantes no período do Brasil Colônia. Mais da metade da sociedade baiana era composta de afrodescendentes, escravos, ex-escravos, mestiços ou brancos pobres que exerciam atividades profissionais sem relevância social.
Entre essas atividades profissionais estavam os alfaiates, soldados de baixas patentes, artesãos, carregadores, pescadores, sapateiros, pedreiros e vendedores ambulantes. E foi justamente essa classe social que aderiu a Conjuração Baiana. Por isso, a conspiração também ficou conhecida como Conjuração dos Alfaiates.
A administração portuguesa alinhava-se com uma política escravista e exploratória que culminava em profundas desigualdades sociais na Capitania da Bahia. Enquanto a região Nordeste foi o polo da economia açucareira, a Coroa portuguesa manteve Salvador como o centro político-administrativo colonial.
Entretanto, quando os interesses econômicos dos portugueses viram na extração de metais preciosos, sobretudo do ouro, uma nova exploração de riquezas, houve o deslocamento desse centro. Por isso, surgiu a necessidade de transferir a capital colonial mais próximo das regiões auríferas - Minas Gerais, Goiás e Mato Grosso.
Inspirações da Conjuração Baiana
Ao passo que aumentava a indignação da população baiana com uma sociedade injusta e desigual, chegava notícias sobre lutas de independência e pensamentos liberais ocorridos em outros lugares.
Em 1789, o advento da Revolução Francesa foi um exemplo de movimento político reacionário de caráter popular que propagou ideias da formação de um Estado Democrático e da justiça social. Com base nos princípios do Iluminismo, houve a propagação do tripé "liberdade, igualdade e fraternidade".
A difusão dessas notícias foram impulsionadas ainda mais com a fundação da Loja Maçônica Cavaleiros da Luz na Capitania da Bahia.
Nas reuniões da Loja Maçônica Cavaleiros da Luz, os membros traduziam e estudavam os textos dos pensadores franceses, como Jean-Jacques Rousseau e Voltaire (1694-1778). É importante destacar que participavam dessas reuniões importantes os intelectuais da Bahia.
Líderes da Conjuração Baiana
Articularam a Conjuração Baiana cinco principias líderes. O líder ligado a elite foi o médico, político e filósofo baiano Cipriano Barata.
A classe militar também reagia negativamente a política dos colonizadores portugueses. Os nomes que aderiram a conspiração representando a categoria foram os soldados baianos Luís Gonzaga das Virgens e Lucas Dantas, que atuaram ativamente na divulgação da revolta.
Já os líderes que exerciam a profissão de alfaiate eram Manuel Faustino dos Santos Lira e João de Deus do Nascimento.
Nos encontros, tomando como base os princípios iluministas, os líderes da Conjuração defendiam propostas democráticas. Entre elas:
• Abolição da escravidão no Brasil;
• Fundação de uma República Democrática;
• Eliminação do preconceito racial e dignidade na sociedade baiana;
• Aumento do soldo das tropas militares baiana;
• Emancipação política de Portugal;
• Liberdade de comércio com outros países.
Atividade
1° Sobre a conjuração baiana responda:
Onde ocorreu?
Quais os motivos?
Como também pode ser chamada?
2° A Revolução baiana foi inspirada em quais ideias que surgiram na Europa no século XVIII?
3° O que os líderes da revolução baiana defendiam?
Bom Trabalho