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História 3
9º Ano
REVOLTAS NA PRIMEIRA REPUBLICA



A República Velha, período da história brasileira mais conhecido pelos historiadores como Primeira República, estendeu-se de 1889 a 1930. Foi a primeira fase da República no Brasil e, como tal, foi um período cheio de tensões, seja na economia, seja na política e também na sociedade como um todo.

A desigualdade social, os aumentos nos impostos, as necessidades não atendidas, o racismo, o medo, a insatisfação política etc., tudo isso foi raiz para revoltas na Primeira República. Ao longo dos mais de quarenta anos dessa primeira fase, aconteceram diferentes revoltas no campo, na cidade e até mesmo no meio militar.

O objetivo deste texto é listar as principais revoltas que aconteceram durante a Primeira República, trazendo um pequeno resumo a respeito de cada uma delas.

As revoltas na Primeira República foram motivadas por inúmeros fatores, como desigualdade social e pobreza, violência policial, medo, fanatismo religioso etc.

As quatro principais revoltas do período, isto é, as mais estudadas são: Canudos, Contestado, Revolta da Vacina e Revolta da Chibata.

A Guerra de Canudos aconteceu entre 1896-97 e foi motivada pela insatisfação das elites baianas com a formação do arraial que possuía um líder religioso desvinculado da Igreja e uma experiência social com ares de igualitarismo.

A Guerra do Contestado aconteceu em uma região disputada por Paraná e Santa Catarina e envolvia a insatisfação dos sertanejos com a pobreza e o fervor religioso.

A Revolta da Vacina foi motivada pela insatisfação da população com a violência do processo de modernização do Rio de Janeiro aliada ao medo da campanha de vacinação forçada.

A Revolta da Chibata teve como estopim a insatisfação dos marinheiros negros e mestiços com os castigos físicos que sofriam na Marinha.

Revolta da Vacina (1904)

A Revolta da Vacina aconteceu entre 10 e 16 de novembro de 1904, na cidade do Rio de Janeiro, à época, capital do Brasil. A Revolta da Vacina foi uma revolta popular que aconteceu pela insatisfação da população por conta da violência do processo de sanitarização da capital. Naquele momento, o Rio de Janeiro passava por uma campanha de vacinação forçada da população contra a varíola.

O contexto da Revolta da Vacina no Rio de Janeiro era conturbado e teve como estopim a campanha de vacinação forçada. O Brasil, na época, era governado por Rodrigues Alves, e a capital, por ordem presidencial, passava por um processo de modernização e revitalização. Nesse processo, ordenou-se, por exemplo, o alargamento de uma série de avenidas da cidade.

O processo de revitalização, por sua vez, acontecia às custas da desocupação de milhares de pessoas do centro do Rio de Janeiro. As desocupações aconteciam de maneira violenta e eram realizadas exatamente para dar lugar às obras de modernização e revitalização. Junto disso foi realizada uma campanha de erradicação de doenças que afetavam intensamente o país naquele período, como a varíola e a febre amarela.

A campanha de vacinação era liderada pelo sanitarista Oswaldo Cruz, e a forma como ela foi conduzida aliada à falta de informação levaram a população a rebelar-se. As vacinações compulsórias aconteciam de maneira violenta, e, além disso, serviços, como matrícula em escolas, passaram a exigir cartão de vacinação.

O temor da população à vacinação levou a uma grande revolta nas ruas do Rio de Janeiro durante os dias citados. O resultado da revolta, além da destruição material na capital, foi a morte de 30 pessoas e mais de uma centena de feridos.

Revolta da Chibata (1910)

A Revolta da Chibata aconteceu em 1910 e teve como estopim a insatisfação dos marinheiros negros contra os castigos físicos a que eram sujeitos na corporação. No começo do século XX, a Marinha brasileira era uma instituição marcada pelo racismo, uma vez que os cargos mais baixos da corporação eram ocupados por negros e mestiços que eram punidos com chibatadas quando alguma regra era violada.

Em 1910, os marinheiros já haviam manifestado sua insatisfação contra as chibatadas quando alguém era punido. O estopim para a revolta dos marinheiros aconteceu quando Marcelino Rodrigues Menezes foi punido com 250 chibatadas sem ter direito a tratamento médico. Os marinheiros, insatisfeitos com os castigos físicos, o racismo e a desigualdade social, rebelaram-se.

Os marinheiros tomaram o controle de quatro embarcações da Marinha exigindo o fim dos castigos físicos. O líder dos revoltosos era João Cândido, conhecido também como Almirante Negro. Os membros da revolta redigiram um manifesto ao presidente Hermes da Fonseca e ameaçaram atacar o Rio de Janeiro caso não tivessem suas reivindicações atendidas.

A Revolta da Vacina foi duramente reprimida com milhares de marinheiros sendo dispensados. Outros acabaram sendo presos, torturados e enviados para a Ilha das Cobras, enquanto outros ainda foram enviados para trabalhar em seringais na Amazônia. Muitos dos que foram enviados para os seringais foram fuzilados no trajeto.



Atividade



1º-) Complete o que se pede sobre a Revolta da Vacina e da Chibata :
A) Local e época das duas revoltas
B) Motivo das revoltas.
C) Como acabou as revoltas .


2º-) Associe corretamente.
a) Revolta da Vacina
b) Revolta da Chibata

( ) Seu líder foi o Almirante Negro
( ) A população não entendia o objetivo do governo e por isso se rebelou.
( ) O motivo forma os castigos corporais a que os marujos eram submetidos .